A informação foi inicialmente anunciada no blog da Cordenação Regional do Madeira, da Funai, mas acabou sendo retirada do ar. O texto chegou a ser divulgado no twitter oficial da C.R. Madeira. A Repórter Brasil tentou ouvir o coordenador de índios isolados da Funai, Leonardo Lenin dos Santos, sobre a suspensão da publicação, mas ele não respondeu os recados deixados em seu celular.
Quando foi despublicado, porém, o artigo já havia circulado na internet e reproduzido em outras páginas. O assunto causou preocupação entre indigenistas, entre eles Pedro Portella, da ONG Vídeo nas Aldeias, que escreveu para a redação chamando atenção para a gravidade do caso. O jornal A Crítica publicoureportagem sobre a expedição que identificou os povos indígenas isolados.
Em 2008, Rogério Vargas Motta, cordenador da Frente de Proteção Etnoambiental do Madeira, grupo da Funai que fez a localização dos índios, já chamava a atenção para o risco de grandes obras em áreas tão próximas a terras indígenas. Como parte do relatório “O fim da floresta? A Devastação das Unidades de Conservação e Terras Indígenas no Estado de Rondônia”, do Grupo de Trabalho Amazônico, ele escreveu que “existem ainda referências de oito grupos indígenas isolados em Rondônia” e que “dois desses grupos estão seriamente ameaçados pela construção das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau no rio Madeira”.
As terras indígenas em questão começam a cerca de 30 km da área das construções, mas, devido à presença e ação do homem, os indígenas isolados já se afastaram, avançando para dentro da mata. Não é a primeira notícia sobre impacto social e ambiental da construção das usinas hidrelétricas na Amazônia. Na construção de Jirau, um flagrante de trabalho escravo fez com que a Construtora BS, contratada pelo consórcio Energia Sustentável do Brasil (Enersus), fosse incluída na última atualização da “lista suja” do trabalho escravo, publicada em 30 de dezembro de 2011.
Por: Repórter Brasil
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