
É difícil saber quem vai e quem vem na confusão da BR-364. São carros na contra-mão, caminhões fora da pista, tentativas de desviar dos buracos que tomam conta da única estrada que liga Rondônia aos outros estados.
O que não falta é veículo quebrado. O caminhoneiro Paulo Lima ficou a noite inteira no local. A ponta de eixo do caminhão não suportou a pressão dos buracos. “Agora, quem é que vai pagar o custo do caminhão? Tudo foi provocado pela buraqueira”, conta.
Por causa de um buraco, Adriano perdeu o controle do carro e chegou a capotar. “Graças a Deus que não aconteceu nada”, declara.
O trecho mais crítico, apontado pelos caminhoneiros, na BR-364 em Rondônia fica entre Presidente Médice e Cacoal. São 67 quilômetros que, com uma estrada em boas condições, poderiam percorridos em 50 minutos, uma hora, mas, por causa dos buracos, o percurso chega a três horas.
Pegamos carona com o caminhoneiro Denilson de Souza. Ele diz que está cada vez mais difícil dirigir no local.
A situação da BR e a imprudência de muitos motoristas têm aumentado o número de acidentes e de mortes. Ano passado, 141 pessoas morreram. Nos dois primeiros meses deste ano, já são 14 mortes.
Outro problema é o mato que esconde as placas de sinalização. Uma delas, que alerta para uma das piores curvas da rodovia, conhecida como a curva da morte, está totalmente coberta.
Em um trecho, a 170 quilômetros de Porto Velho, uma cratera é ameaça para os motoristas. A erosão começou no início de janeiro, e nada foi feito. E a chuva só foi aumentando o buraco. São quase 20 metros de profundidade. Quem mora perto da rodovia, fica indignado com a situação. “Quando morreram? Quantos foram atropelados? Quantos foram para hospitais? Isso não pode continuar a ocorrer”, afirma Ismael Cury, do Movimento Pró-Rodovia.
O Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (DNIT) diz que, nos últimos três anos, investiu R$ 92 milhões em obras na estrada.
Fonte: G1.com
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