Entretanto, o que fazer, se todos só aprenderam a pescar para abastecer o mercado consumidor de Porto Velho, com peixes nativos e de primeira qualidade? Na verdade, eles passaram a vida toda se dedicando à pesca profissional, a fim de que não faltasse o alimento (pescado) na mesa de cada habitante da Capital rondoniense, e hoje estão à mercê da própria sorte. Preocupado com o inevitável agravamento da situação, o presidente do Sindicato dos Pescadores do Estado de Rondônia (SINPES-RO), Valter Canuto Neves, lembra que “a migração da piracema do rio Madeira está interrompida, em conseqüência das obras das usinas de Santo Antônio e Jirau”.
A piracema é um fenômeno natural em que os peixes sobem o rio, à procura de um local tranqüilo para a desova. Daí, a preocupação do presidente do SINPES-RO, que teme o extermínio de várias espécies nobres. “Agora, os peixes estão migrando para outros rios e afluentes do Madeira, bem como para igarapés e lagos existentes no entorno de Porto Velho”, observa Valter Canuto, assinalando que medidas precisam ser adotadas, a fim de que a categoria não venha a passar fome depois de passar a vida toda alimentando a população da Capital rondoniense, e que, por isso, devem ser tratados com dignidade.
De acordo com Valter Canuto, “os pescadores profissionais, que fazem da pesca (como sempre fizeram, há décadas), o seu meio de vida para o sustento da família, agora estão passando por grandes dificuldades, devido à escassez de peixes”. No entanto, “estamos esperançosos de que providências deverão ser tomadas, por parte do Governo, no sentido da busca de alternativas para a sobrevivência dos pescadores profissionais”, que ajudaram na consolidação da economia de Porto Velho, desde os tempos em que a Capital rondoniense importava até carne da Bolívia para abastecer o mercado regional.
Hoje nos mercados e supermercados de Porto Velho, só se compra peixes de cativeiro – fruto da expansão do projeto de piscicultura. As espécies nativas estão desaparecendo, abruptamente. O tambaqui, jatuarana, dourado e pacu sumiram da mesa do porto-velhense. “Os peixes de couro não podem migrar para além das o obras das usinas, sendo obrigados a migrar para lagos e igarapés”, observa um pescador, que prefere não se identificar, mas, assim como Valter Canuto, também se mostra apreensivo com a situação da pesca profissional em Rondônia, sobretudo, na Capital, Porto Velho.
Fonte: RONDONIAOVIVO / CLAUDIO PAIVA - FOTO ILUSTRATIVA
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